Já ouviu falar em Walk the Moon?

We got no money, but we got heart!

366.757 vizualizações no YouTube; 10.161 reproduções no MySpace; 35.948 pessoas compartilharam o mesmo link no Facebook; e aproximadamente 195 milhões de resultados no Google para ‘Anna Sun’ - pelo menos até às 23h20 do dia 09 de agosto, e até o texto entrar no ar, provavelmente os números já serão outros. E foi assim, entre um link e um ‘curtir’, que os conheci. Apresento-lhes Walk the Moon.

Sabe aquela história de feeling musical? Pois é, com eles foi assim. Nicholas Petrica, Kevin Ray, Sean Waugaman e Eli Maiman formaram a banda em Ohio, em 2007, mas só se cadastraram no MySpace - na época, melhor lugar para conhecer música nova e boa - em 3 de de janeiro de 2008. Quatro amigos e com influências de The Police, Queen, Animal Collective, Talking Heads e The Killers, transformavam arte em indie. Sem gravadora e com o bom lema ‘rock in life’, seguiam no underground, onde centenas de bandas sem um único centavo, mas com muito talento, apresentam-se todos os dias.

Com o dinheiro do próprio bolso juntado durante os anos seguintes, a banda conseguiu lançar o seu primeiro álbum em novembro do ano passado, intitulado ‘I Want! I Want!’. O som lembra muito o The Killers da época de ‘Somebody Told Me’ com uma boa pitada de Kaiser Chiefs e uma cereja disfarçada de Franz Ferdinand.

'Anna Sun’ é tipo de música que faz você arriscar alguns passos de dança bem modestos. Já em seus segundos finais é impossível não estar aos berros com a frase  “we got no money, but we got heart!”, além de estar aos pulos sem pensar em mais nada. ‘Lisa Baby’, ‘Quesadilla’, ‘The Liftway’, ‘I want! I want!’, ‘Blue Dress’, ‘Jenny’, ‘Me & All My Friends’ e ‘I Can Lift a Car’ seguem o mesmo estilo, com pegadas até mais divertidas e agitadas. A grande surpresa fica por conta de ‘Iscariot’, que além de ter a melodia mais down, tem a letra mais sincera e real de todo álbum. ‘Anna’ com certeza é o grande hit, porém ‘Iscariot’ confirma a banda como algo completo, onde a dança se torna lúdica e a realidade concisa. 

O cenário musical não é fácil em qualquer lugar, mas na hora certa, o sucesso aparece, e aí tem que estar pronto para abraçar o mundo. Isso ainda não é o caso do Walk the Moon, que caminha com calma. Seus passos são do tamanho do feeling de quem curte um bom rock alternativo. Demora, contudo, quando chega, ninguém consegue tirar do iPod, ou melhor, do quasiPod.