quinta-feira, 7 de julho de 2011

Waiting For Forever

“Somewhere in every childhood there’s someone we can’t forget. Somewhere in every heart there’s a way to come back. How long would wait?”

“Há um momento na vida, em que ficamos impotentes, impotentes com esperança e confiança. Até que algo grande demais para ser entendido acontece. E tudo muda para sempre. É algo tão puro e bom que nem percebemos, porque é assim que não sabemos de nada. Então, as notícias começam a chegar.”
                                                                           Foto: Divulgação

Waiting For Forever é o tipo de história que chama a atenção pelo trailer, coberto de flashbacks do passado de dois jovens, sendo apenas um apaixonado pelo tempo, no qual o transforma em seu presente por anos e anos desde a morte de seus pais. Este, Will Donner (Tom Sturridge), descobre-se apaixonado por Emma (Rachel Bilson) ainda criança, até que ele e seu irmão, Jim Donner (Scott Mechlowicz), mudam-se para casa de seus tios, longe de Emma. A partir daí, Will a segue por cada canto que ela passa, à espera de um momento para enfim dizer o que sente.

Acostumado a dirigir séries e filmes diretos para a TV, James Keach (Johny e June) soube escolher bem seu elenco. Todo enredo precisa de um plano de fundo para fazer a história central dar certo. A doença de Richard (Richard Jenkins), pai de Emma, intercala-se com o fato de sua esposa Miranda (Blythe Danner), não conseguir lidar com a ideia da morte, que os cercam ao redor de sua casa. Foi algo simples e de uma interpretação impecável, algo que não se pode dizer de Rachel Bilson (Jumper, The OC). Jim e a sua carreira como bancário, pai de dois filhos, casado e sempre realista, também merece destaque. Por causa da morte de seus pais, ele se sentiu obrigado a amadurecer mais cedo, o que visível, não foi o caso de seu irmão mais novo.

Tom Sturridge (Os Piratas do Rock, Adorável Julia) surpreende na forma e sutileza de interpretar seu personagem. Em várias partes, pode-se achar que Will Donner foi escrito para ele, mas não foi. A princípio, Willy foi direcionado a Robert Pattinson (Twilight Saga, Remember Me). Descrito como bagunçado e cheio de roteiros espalhados pelo chão, Sturridge, amigo de Pattinson, encontrou a sinopse de Will jogada junto a outras no apartamento de Robert. Na hora não pensou duas vezes: ‘Eu posso interpretá-lo! E melhor do que Pattinson’. Se foi melhor, não podemos afirmar, mas que superou expectativas e sem necessidade de passar purpurina no corpo, aí sim.

Willy ganha a vida com malabares, indo de cidade em cidade para estar próximo de Emma. Sem endereço fixo e roupas novas, um velho pijama é a sua marca registrada. Ele pode até ser meio compulsivo e estranho, principalmente quando começa a falar sobre seu ‘namoro’ e paixão por Emma, porém três bolinhas jogadas ao ar, faz de Donner um palhaço na frente de sua família e de um guerreiro para os seus amigos. Qual das famílias importa mais, a de sangue ou a do dia a dia?

                                   
                                                                                                              Foto: Divulgação
            

Emma é a pior personagem construída. Ela chega a ser tão previsível e vazia de atitudes, que se fosse uma atriz desconhecida no lugar de Rachel Bilson, com certeza ninguém notaria. Will é quem dá vida a ela. Sturridge é quem dá vida à Bilson. Suas falas e expressões são tão escassas, que quando resolve chorar, a gente não sabe se ri ou se chora também. A cena em que Emma arremessa uma estatueta e um vaso em seu namorado Aaron (Matthew Davis), é a sua segunda melhor do filme, depois de um abraço forte e sincero dado em Will. Os seus momentos de flashbacks são melhores do que suas próprias cenas. O tom de menina indefesa dado à personagem não faz jus à interpretação. Um vácuo impera entre a atriz e Emma.

Rachel Bilson não merece toda a culpa. Um drama/romance de apenas 1h30, já induz fraqueza antes mesmo de começar. A Walk To Remember é um exemplo de longa do mesmo gênero e tempo, em que peca pela rapidez dos fatos, podendo apenas entendê-los ao se ler o livro onde se baseia a história. Já Waiting For Forever não possui um livro, só um roteiro curto, simples e para pouca atuação. O lema é viver para amar, escrever para não interpretar.

Ainda assim, você consegue ficar contando o tempo à espera de um gancho que prove a inocência e o amor de Will por Emma. Poucos entendem as ideias e maneiras de levar a vida, tomada pelo irmão mais novo de Jimbo. Você também fica na ansiedade de saber se Emma perceberá o quanto está sendo enganada por Aaron e injusta com o seu amigo de infância.

Será mesmo Will um louco, compulsivo por uma história criada apenas em sua mente? Será esse mais um clichê de filmes teen’s? Será que o roteirista estava bêbado quando resolveu criar a história? Summer ressurge das praias de Orange County e faz Emma acordar para a vida? Será mesmo Emma, a mulher da vida de Willy? Ou apenas sua eterna e melhor amiga?

Nem todo romance é romântico, como nem toda comédia é engraçada. É provável que algumas centenas de pessoas se identifiquem com as personagens, afinal, amor de infância também é real. Como também é provável que centenas de pessoas tenham uma ideia diferente do que possa ser o amor. Qual é a sua?

WORLDS APART

A trilha sonora principal é assinada pela banda britânica The Mostar Diving Club. Black Lab, The Strange Tones, Color Of Clouds e Nick Urata também estão presentes. Todas as letras das canções tocadas no filme funcionam como complementos à temática. Quando só o instrumental toma conta da cena, você percebe que nem tudo está perdido. Sim, uma música muitas vezes tem valor essencial em uma obra. O único problema é que nem sempre um diálogo incompleto pode ser finalizado com uma canção, a combinação deixa o enredo fraco e sem lógica de continuidade. Em todo caso, as bandas mencionadas foram ótimas e só tiveram o que acrescentar ao filme.

Nota:
6.2

Classificação: 12 anos
O que esperar: Vontade de viver de malabares enquanto tudo o que está à sua frente for pequeno demais para querer outra coisa. Resumindo, malabaristas precisam ser sindicalizados e você perceber que a arte está ao seu lado, basta aceitá-la para fazer a diferença.



NOTA DE RODAPÉ


Are you follow me?

Waiting For Forever foi um dos filmes que mais esperei para assistir em 2011. Para ser mais exato, o segundo filme mais esperado - o primeiro é Harry Potter, of course. Como fã desse gênero cinematográfico, já esperava por alguns problemas, mas nada que não me fizesse gostar da história. Tinham partes em que o Will me confundia e eu realmente o achava louco/doidão, mas quando você sente a verdade em tudo o que ele transmite e diz, sente até inveja da maneira como ele encara a vida. Três bolinhas, um pijama, um chapéu e dezenas de cidades pelo país, simples assim ser Will Donner. Em nível de investimento e orçamento, pode-se considerar uma boa história. Além do mais, adoro Rachel Bilson e fiquei realmente surpreso com a atuação do Tom, ele foi além de seu personagem-protagonista, realmente roubou a cena. Então aproveitem o frio e relembre o seu amor de infância acompanhado de uma boa barra de chocolate.

Nota: Who cares, ninguém vê filme por causa disso!
Classificação: Livre, poxa!
                                                                                        
Foto: Divulgação

2 comentários:

  1. *_______________*
    Que resenha ótima!!
    Concordo com você! Mas apesar das "falhas" gostei do filme...
    Parece que o Tom Sturridge foi feito pra esse papel e é ele quem da vida ao filme.

    Enfim... vou ficar aguardando o próximo post!!!

    Xx

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  2. Vi o filme antes de ler a crítica, e agora que li concordo inteiramente com você. O fundo da história é linda, me fez chorar em vários pontos (principalmente quando Willy está com o irmão e fala que não consegue mais parar de chorar *-*), mas Rachel Bilson me decepcionou muito. Que papel fraquíssimo! E realmente tem uns pontos na história que não se desenrolam e são muito bizarros o.o Fiquei esperando aparecer a Emma no programa de televisão!
    Mas é um bom filme. Valeu mesmo a indicação. Vou postar review no meu blog também =)

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