Roteiro criado por programa de inteligência artificial fica entre os dez melhores curta-metragens em festival europeu
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Foto: GIF/Reprodução/Tumblr/Izawinie |
“A inteligência artificial pode se tornar mais esperta que nós”, afirmou o futurólogo americano Ray Kurzweil, na obra-prima “Era das Máquinas Espirituais”, em meados da década de 80. Na época, ele previu que um computador poderia vencer alguma modalidade esportiva – isso aconteceu logo em 1987, quando o Deep Blue (máquina desenvolvida pela IBM) derrotou o número 1 do xadrez, Gary Gasprov.
Para Kurzweil, esta
vitória melhorariam os olhos humanos perante a inteligência tecnológica.
“Sempre acreditei que, uma vez que o computador alcançasse o nível humano de
padrão de reconhecimento e de entendimento da linguagem, ele se tornaria
inerentemente superior a nós, pela habilidade da máquina de aliar essas
características a uma extensa base de dados”, relatou o especialista à revista
Galileu, em abril de 2011.
De lá para cá, a inteligência artificial (máquinas com autonomia de decisão de escrita) passou por mais um avanço iminente. Em 2016, Benjamim, assinou o roteiro de um curta-metragem chamado “Sunspring”, o qual estava escrito no festival de ficção científica europeu, Sci-Fi London.
A premiação o elegeu
como um dos dez melhores produtos apresentados dentro do desafio de inovar. O
motivo foi simples: Benjamin não era uma pessoa, mas sim, um programa de
inteligência artificial, desenvolvido na Universidade de Nova York (EUA). O
nome foi um apelido carinhoso dado pelo produtor e especialista em algoritmos
Ross Goodwin – um dos envolvidos no projeto.
Escrita mágica
Junto ao diretor do
curta, Oscar Sharp, os dois conseguiram gravar um curta em apenas 48 horas. Já
os diálogos e passagens da história foram criados em poucos minutos pela
máquina, a qual foi alimentada com cerca de 200 roteiros diferentes. O conteúdo
era simples, mas excepcional por não haver interferência humana.
Quanto ao futuro,
Goodwin foi categórico ao dizer ao jornal O Estado de S.Paulo, que tanto
Benjamin como outro programa artificial, não substituirão a profissão de
roteirista. “Não acredito que filmes inteiros serão escritos por computadores
(…). Ela poderá, por exemplo, sugerir o que escrever nas próximas linhas quando
o roteirista tiver um ‘branco’ e não
conseguir continuar uma história”.
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