Pretty Little Liars (2.08) - Save The Date

Já dizia Shakespeare: “Não existe nada de bom nem mau; é o pensamento humano o que faz aparecer assim”. A citação é forte, mas não se aplica aos moradores de Rosewood, principalmente à Jenna Marshall. Enquanto Spencer dá sequência ao episódio anterior, onde ela e Garrett estavam juntos e graças ao sms de Aria, descobre que ele não era o ‘senhor confiança’ (finally!), o 2.08 já começa com as meninas juntas dentro do carro de ‘S’, que explica como conseguiu fugir da viatura de Garrett e, quando de repente, eis que o policial ‘amigo’ surge em frente à casa de Jenna, deixando tudo mais claro. À sombra da noite, uma bela lingerie, Shakespeare revirando no túmulo e mais um ponto para as pequenas mentirosas de plantão marcam o momento: Jenna is bitch e é pegadora! E o principal, Garrett de fato está envolvido com ela.

Já de manhã e na cozinha da família Marin, Emily continua ansiosa pelo treino que poderá render uma bolsa em Danby. Só que as suas dores – no corpo e na consciência – aumentam cada vez mais, tendo que usar a sua pomada analgésica outra vez, que alivia pelo menos uma das dores. Quando o pai de Hanna aparece, é impossível esconder os sorrisinhos de uma noite muito animada. O problema é que nem toda ressaca é só de álcool, e a carta que ‘H’ recebe, aberta por Ashley, é a prova disso. Trata-se de um convite de casamento de Thomas e Isabel, o que parece ter sido esquecido pelo Sr. Marin ao voltar à casa de ‘sua família’.

Ainda não sei o que esperar pelo retorno de Wren. Ele ajudou a encontrar o Ian, entretanto, ao que parece, sua real intenção não é se aproximar de Melissa, mas sim de Spencer, que está linda, feliz e, por favor, não a separem do Toby (sou shipper do casal, assumo). Adoro também o jeito de ‘S’ conseguir as respostas da qual precisa – pelo menos alguma delas -, mesmo que precise tomar um chá com Wren pelo caminho.

Não é só de ‘A’ que Rosewood vive. Tyler Blackburn, vulgo Caleb Rivers, está tendo a sua vez na série. Por mais cansativo que seja vê-lo sempre com o mesmo tipo de cena (clientes satisfeitos, bravos ou discutindo com Hanna sobre a sua profissão não legítima), ‘H’ já percebeu a presença de um cara suspeito com a ficha de Caleb, seguindo-o pelas ruas da cidade. O seu receio é perdê-lo de novo, já que a sua vida está em torno de perdas (Alison, seu pai e Caleb, que uma vez foi embora).

Mike de bad guy já está mais over do que os beijos de Aria com o Ezra. Roubar, ser seco, andar com postura dura e jeito de ‘eu assisti a Hora do Rush e sou O CARA’, para no fim jogar para cima de sua mãe, que se sente feito um compromisso em sua agenda, achei forçado demais para durar oito episódios de uma temporada. O pai traiu a mãe deles, e ele não aceitou o divórcio. Machismo? Ou amor pela família? Aí os pais voltam a se entender pouco-a-pouco, e agora ele não aceita. Sinceramente não sei qual é a do personagem e muito menos do rumo que ele está tomando. Sinto uma perda neste núcleo, que ainda pode ser mais trabalhado. Aria passando a mão na cabeça do irmão, também não ajuda. Tudo bem que ela disse se sentir culpada por atrair a maior parte da atenção dos pais, mas isso foi há três episódios atrás, quando ninguém acreditava que Ian era o assassino de Alison e que tentou matar Spencer, porém ele já foi encontrado e o foco das famílias nas meninas diminuiu. O único ponto positivo que enxergo, é quando as falas de Mike ultrapassam 30 segundos, pois aí já sabemos que alguma nova pista surgirá - se não ao público, então às little liars.

E o ciúme do Ezra? É fofo, mas o olhar de Aria deixou bem claro que ele terá muita dor de cabeça pela frente – literalmente falando. O pai de Emily pegam todos de surpresa, ainda mais ela. Dor, culpa, pena e saudade, um misto de sentimentos que acabam com qualquer um. Gosto deste momento ‘One Tree Hill’ em ‘Pretty Little Liars’, onde todos os personagens sempre acabam voltando. O inesperado ficou para a cena seguinte: úlcera. É, para desespero de Em, o que ela achava ser um músculo distendido, acabou sendo algo muito pior, ou bom, dependendo do ponto de vista das suas mentiras sobre Danby. Não poder nadar é só o começo.

Gosto muito das interações entre Spencer e Hanna. Não escondo de ninguém que elas são as minhas mentirosas preferidas. São espertas, sarcásticas, mantém a cabeça erguida e são muito emocionais. Enquanto uma se esconde atrás dos livros, a outra se esconde atrás da moda e de piadas de momento, que quebram o clima e congelam o medo interno. Mais uma coisa boa do episódio foi ver a atitude de Ashley, mãe de Hanna. Ela poderia ter sido covarde e aceito ser a outra, ou até mesmo aceitá-lo de novo, mas sem saber por quanto tempo. A sua fala foi clara, concisa e madura: “Tom, preciso ficar com um homem que saiba o que quer. Nunca foi você”. Quem pode falar sobre sentimentos, né? É algo sempre tão confuso, ainda mais quando envolve uma família e inclusive terceiros.

Jenna acredita que Spencer e as meninas estejam blefando e contando com a sorte. Garrett não. Especulam se sabem sobre Jason. Aí fica mais uma pergunta no ar: o que Jason realmente esconde que o casal Bonnie e Clyde sabe? Será o mesmo segredo que Jason compartilhou com Aria, ou as suas mentiras e assuntos secretos são piores do que a possibilidade de ter matado Alison?

‘Faminta, fraca e assustada’, é assim que Emmy se sente ao ser questionada por Wren. Mas quando as coisas não podem mais piorar, eis as novidades: lembram do final do episódio anterior, onde ‘A’ injetava um líquido estranho, sem termos ideia do que aquilo poderia ser? Hormônio para crescimento é a resposta. Como? Em uma cena mais à frente virá a explicação.

Spencer e Aria em um momento ‘CSI’ e Hanna versão gângster. S-E-N-S-A-C-I-O-N-S-A-L. Com óculos escuros e lenço cobrindo o rosto, ‘H’ saiu acelerando com o carro até chegar a uma casa da família Hastings. Sem pestanejar, contou ao Caleb sobre suas suspeitas de ter um policial o seguindo, além do seu receio em perdê-lo. Ele foi claro e direto, dizendo que esta situação não era a primeira vez que acontecia, mas diferente das outras vezes, ele não irá fugir, ficará junto à Hanna – pelo menos foi o que prometeu e assim espero.

Emmy não está com sorte. Creme analgésico é a explicação que faltava. Tantas dores e um creme para aliviá-las. Só fica mais uma dúvida: como ‘A’ conseguiu pegar a pomada de ‘E’? E como ela sabia das dores? A cara de medo e susto de Emily foram as mesmas que a minha. A intérprete da personagem, Shay Mitchell, merece um destaque por sua interpretação nos últimos episódios. Ela raramente se destaca dentro da história. Por mais que tenha trama, a interpretação fica a desejar, mas desta vez é merecida a ressalva. Como Emily disse, ‘A’ está derrubando uma-a-uma, e para isso ela não poupa quem ou o quê estiver em seu caminho. ‘E’ está pronta para contar ao pai que quer ir para o Texas. Nessas horas, só um milagre para ajudar a não cometer um erro em cima de outro erro. E o que acontece? Um milagre. O Sr. Fields entra no quarto e diz que preza a saúde e o bem estar da filha, e não existe Danby ou nenhuma outra faculdade, que tirará isso dela. Eles darão um jeito, pagarão uma faculdade, mas desde que garanta a felicidade de Em. Bonito, né? Deixa só ‘A’ descobrir isso.

Hanna de cupido dos pais não deu certo, mas fazendo o papel de filhinha mimada e emburrada por não ter conseguido o que queria, foi bitch demais para o meu gosto. Nem sempre uma companhia durante taças de vinho na varanda significa amor. Enquanto um não souber o que realmente quer, não existe possibilidade de acontecer um relacionamento. ‘H’ criou e forçou expectativas de uma escolha que não caberia a ela. Ashley percebeu que as pessoas mudam e crescem, e ela cresceu. Agora falta Hanna crescer e aceitar as escolhas dos pais como uma adulta e não como uma filhinha mimada.

Já dentro do Necrotério, dando sequência ao momento ‘CSI’, Spencer e Aria encontram o arquivo da autópsia de Alison. E dando sequência a um episódio de perguntas, milagres e respostas, vem o baque e a chave de muita coisa da atual temporada: Ali foi mesma atingida na cabeça por uma arma curva e sem ponta, tipo um bastão de hóquei, pega por trás, de surpresa, enquanto fugia de alguém ou pega em uma emboscada, contudo, não foi isso que ocasionou a sua morte. Ela foi encontrada com terra no pulmão, o que significa que foi enterrada viva.

Foi difícil tirar as novidades da morte de Ali já na cena seguinte, mas lá tivemos Hanna defendendo Caleb do suposto ‘policial’, o que foi fofo, porém pensem comigo: logo quando eu o vi, no início do episódio, pensei que ele fosse o pai de do garoto, mas o telefonema que o senhor depois que ‘H’ saiu, eliminou este pensamento. Ele parece mais um detetive contratado por alguém da família de Caleb. E depois das coisas ditas por Hanna, será que desistirão de encontrar o filho? Ou Caleb mentiu para a namorada quando ela disse sobre o policial, por saber exatamente de quem se tratava? Mais dúvidas, oh Lord! O casal olhando a família feliz foi triste, bela cena, mas ainda triste.

A série nunca se destacou pela sua trilha sonora, mas achei a deste episódio impecável. Teve Scars On (“Change My Needs”), Amy Stroup (“This Could Kill Me”), The Generationals (“Ten-Twenty-Ten”), Matthew Perryman Jones (“Save You”), e Cary Brothers (“Alien”). Uma cena combinada com um plano de fundo musical faz toda uma diferença, independente se for apenas instrumental ou com direito a melodia e letra.

E o que foi o gasparzinho do mal levantando do nada, no necrotério? Espero não ter sido só eu, que tenha pulado da cama assistindo à cena. Um show de terror à parte, mas quem era? Garrett? ‘A’? Jenna? A única coisa que imagino, é que esta pessoa estava com a página 5 da autópsia sobre a morte de Alison, além de mais mistérios e dúvidas que voltam a pairar em nossas cabeças. Um episódio digno da primeira temporada, diga-se de passagem.

Nota: 8,6

Desvende ‘A’ você também:

Eu ainda tinha minhas dúvidas se Alison estava ou não morta, mas parece que este episódio deixou as coisas mais claras. Além dela ter sido enterrada viva, tudo indica que Ian não foi o culpado, ele esteve no lugar errado e na hora errada, se deixou levar pelo medo e tentou de tudo para recuperar o vídeo que pudesse incriminá-lo, inclusive tentar matar a sua cunhada. Jason está bonzinho demais para o meu gosto, mas ainda sim, não acho que ele tenha matado sua irmã. Noel é uma incógnita. Faz figuração, porém sempre aparece com aquele sorrisinho de ‘eu sei o que vocês fizeram no verão passado’. Os pais dos personagens estão ganhando mais ênfase na história, o que pelo jeito terá mais segredos pela frente, já que existe um buraco entre a Sra. DiLaurents e o Sr. Hastings. Minha dúvida no momento é Jenna: será que ela é realmente cega? É apenas uma sensação, mas acho que ela está cada vez mais ligada à morte de Alison, e ainda não tenho uma explicação sensata a dar, mas também acho que ‘A’ é uma mulher. E aí, o que vocês acham ou imaginam?