segunda-feira, 10 de julho de 2017

Conheça Benjamin, o computador humano

Roteiro criado por programa de inteligência artificial fica entre os dez melhores curta-metragens em festival europeu

Foto: GIF/Reprodução/Tumblr/Izawinie

“A inteligência artificial pode se tornar mais esperta que nós”, afirmou o futurólogo americano Ray Kurzweil, na obra-prima “Era das Máquinas Espirituais”, em meados da década de 80. Na época, ele previu que um computador poderia vencer alguma modalidade esportiva – isso aconteceu logo em 1987, quando o Deep Blue (máquina desenvolvida pela IBM) derrotou o número 1 do xadrez, Gary Gasprov.

Para Kurzweil, esta vitória melhorariam os olhos humanos perante a inteligência tecnológica. “Sempre acreditei que, uma vez que o computador alcançasse o nível humano de padrão de reconhecimento e de entendimento da linguagem, ele se tornaria inerentemente superior a nós, pela habilidade da máquina de aliar essas características a uma extensa base de dados”, relatou o especialista à revista Galileu, em abril de 2011.

De lá para cá, a inteligência artificial (máquinas com autonomia de decisão de escrita) passou por mais um avanço iminente. Em 2016, Benjamim, assinou o roteiro de um curta-metragem chamado “Sunspring”, o qual estava escrito no festival de ficção científica europeu, Sci-Fi London.

A premiação o elegeu como um dos dez melhores produtos apresentados dentro do desafio de inovar. O motivo foi simples: Benjamin não era uma pessoa, mas sim, um programa de inteligência artificial, desenvolvido na Universidade de Nova York (EUA). O nome foi um apelido carinhoso dado pelo produtor e especialista em algoritmos Ross Goodwin – um dos envolvidos no projeto.

Escrita mágica
Junto ao diretor do curta, Oscar Sharp, os dois conseguiram gravar um curta em apenas 48 horas. Já os diálogos e passagens da história foram criados em poucos minutos pela máquina, a qual foi alimentada com cerca de 200 roteiros diferentes. O conteúdo era simples, mas excepcional por não haver interferência humana.

Quanto ao futuro, Goodwin foi categórico ao dizer ao jornal O Estado de S.Paulo, que tanto Benjamin como outro programa artificial, não substituirão a profissão de roteirista. “Não acredito que filmes inteiros serão escritos por computadores (…). Ela poderá, por exemplo, sugerir o que escrever nas próximas linhas quando o roteirista tiver um    ‘branco’ e não conseguir continuar uma história”.

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